sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mochilão - Uyuni - Bolívia

Chegando a Uyuni, o ônibus para na Av. Arce esq. com C. Cabrera, onde considera-se o terminal de buses da cidade, pois a Uyuni não possui rodoviária.
Chegamos junto com vários outros ônibus cheios de mochileiros e logo fomos abordados pela única agência aberta na cidade, Sandra Travels.
A cidade é pequena, possui 1 km de raio, mesmo assim, pegamos um táxi e fomos a dois hotéis indicados pelo Guia Criativo para O Viajante Independente na América do Sul, mas ambos estavam fechados, e logo bateu o desespero, sabendo que todos aqueles mochileiros iriam procurar um lugar para ficar. Nos hospedamos no hostal Inti, em que pagamos 30 Bs. por pessoa. Havia banheiro compartilhado, mas não tinha água, e esse foi nosso primeiro dia sem banho. Salvos pelos lençinhos umidecidos.
Acordamos antes das 6h e às 7h já estávamos na rua, mas as agências só começaram abrir a partir das 8h. Entramos praticamente em todas que encontramos, e muitas delas não estavam fazendo passeio de 3 dias, apenas o de 1 e 2 dias, como era o caso das duas mais recomendadas, a Cordillera Traveller, e a Colque Tours. Os preços variavam de 750 a 1200 Bs. De todas que olhamos a que mais nos atraiu foi a Sandra Travels, a mesma que tinha nos abordado no dia anterior. Fechamos o passeio de 3 dias por 850 Bs. cada, sendo que teríamos que pagar o bilhete de ingresso à Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa por 150 Bs. Também compramos as passagens de bus para La Paz, por 100 Bs. cada.

Passeio fechado, resolvemos sair para comprar, água, chocolate, frutas e champagne, afinal, não sabíamos o que comeríamos nesses três dias e nosso reveillon seria durante o passeio.

Primeiro dia, saímos da agência as 11h10, nosso grupo eram 7 brasileiros, eu, Guadalupe, Keila, Gilvan, Salus, Pedro e Malu, e nosso guia/motorista Marin. A primeira parada foi no cemitério de trens, logo depois seguimos e paramos em um vilarejo chamado Colchani, onde compramos alguns souvenirs de sal e visitamos um museo com algumas esculturas e artesania local.
Ao sair do vilarejo, em alguns minutos estávamos no salar. Tiramos nossos calçados e caminhamos pelo sal alagado. O lugar era diferente de tudo que já havíamos visto. Pulamos, corremos, experimentamos os montinhos de sal, fizemos poses engraçadas e enquanto isso nosso guia fazia a primeira troca de pneu.
Depois disso, fomos para o hotel de sal, onde encontramos os outros grupos e paramos para almoçar.
Enquanto o guia preparava o almoço na trazeira da Toyota 4x4, tentamos tirar algumas fotos de perspectiva. Não imaginávamos o quanto era difícil fazê-las. Depois de algumas tentativas, fomos almoçar.
O que temos para o almoço hoje? Quinua (um cereal nutritivo nativo dos Andes), tomate, pepino, banana, carne, catchup, maionese e coca-cola natural. Não era muito saboroso, mas como esse era apenas o primeiro de três dias, vamos comer! O Gilvan resolveu não arriscar.
Mal deu tempo de tentarmos mais algumas fotos de perspectiva e o guia já estava no carro nos esperando. E sem sabermos, esse seria o único dia no deserto de sal, pois os outros dois dias, seriam basicamente de montanhas e lagunas.
Saindo dali nosso destino pelo roteiro seria a Isla del Pescado, mas ouvimos dizer que estava alagada e os carros não estavam chegando até lá. Então paramos em uma área do salar que tinha uma fina camada de água que refletia o céu!
Era o lugar mais lindo que já vimos! Tivemos a impressão que estávamos caminhando no céu. Ali brincamos como crianças por algum tempo, e esquecemos de nos proteger do sol, que queimava de cima e de baixo ao refletir no chão. Outro item importantíssimo além do protetor solar, são os óculos escuro, pois sem eles é quase impossível ficar de olhos abertos.
O Salar de Uyuni a cerca de 40.000 anos atrás era um lago, e quando este secou, formou-se dois grandes desertos salgados, Coipasa (o menor) e o extenso Uyuni que é hoje considerada a maior planície salgada do mundo com aproximadamente 12.000 km².
No fim da tarde pegamos um pouco de chuva e seguimos para San Juan, onde passaríamos a noite em um hotel em que até as camas eram de sal.
Chegamos e nos avisaram que não seria possível tomar banho. Que legal! Esse era nosso segundo dia seguido sem banho. Mais uma vez fomos salvos pelos lencinhos umidecidos.
Tomamos um chá com biscoitos e esperamos o jantar.
No jantar, como de costume, primeiro tomamos uma sopa, e logo depois veio o prato principal, frango e batatas fritas (pollo e papas fritas), sem esquecer do catchup e maionese.
Nesse mesmo hotel havia um grupo grande de argentinas, que antes do jantar foram recebidas com algumas garrafas de vinhos. E nós, aproveitamos para brindar com uma garrafa de água.

No segundo dia, acordamos às 5h15, tomamos café e saímos por volta das 7h. Passamos por plantações de quinua, montanhas com picos cobertos por nuvens e paramos para tirar foto com cactos gigantes. Enquanto isso, coitado do Gilvan, ele não estava nada bem, e precisou achar uma moita.
Após alguns minutos fizemos uma parada em um povoado onde havia banheiro e uma mercearia.
Depois disso seguimos viagem por caminhos em que avistamos várias montanhas com picos nevados. O passeio já começava a tornar-se cansativo, com distâncias longas e quase nenhum verde.
Paramos para almoçar na laguna Cañapa, cheia de flamingos e rodeada de montanhas. Enquanto fotografávamos, o Marin preparava o almoço, que nesse dia era macarrão, cenoura com batata, carne (segundo o guia, de flamingo), catchup, maionese e coca-cola natural.
Logo após o almoço seguimos para Laguna Hedionda, que está a 4125 m.a.n.m. O local possui um barzinho e banheiros.
Depois passamos pela laguna Honda, montanha de 7 cores, Arbol de Piedra (aqui o carro deu problema, mas logo foi resolvido pelo Marin) e por último Laguna Colorada que está a 4.278 m.a.n.m. e fica na Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa. Era antes do pôr-do-sol quando chegamos no local onde passaríamos a noite de 31/12/2011.
As 19h tomamos o chá da tarde, e às 20h30 o jantar estava servido. Uma sopa de entrada e macarrão com molho de tomate e queijo ralado de prato principal.
Vários grupos dormiriam ali. Conversando com outros brasileiros descobrimos que em um dos dormitórios tinha um banheiro com água quente por 15 Bs. Depois de dois dias sem banho, não pensamos duas vezes.
Limpinhos e cheirosos, nos reunimos com outros grupos de várias nações para aguardar às 22h, às 23h e à meia noite. A cada hora era comemoração de ano novo!!! Tudo era festa!!! Música brasileira, argentina, fogos, bebidas, dança e muita diversão.
Ano Novo!!!

Dia 01/01/2012, terceiro dia, Marin chega em nosso quarto às 5h30, e fala: - "Migos! Bamos!", e o Gilvan responde pra ele: "- Feliz Ano Novo Marin", e ele responde: - "Feliz Añooo Nuevoooo!!!" Ele estava bêbado (borracho)! Enquanto tomamos café da manhã, ele não conseguia fechar a trazeira da Toyota, e mal conseguia andar em linha reta. Ficamos preocupados, pois as estradas sempre apresentavam alguns precipícios, e seria um risco irmos com ele dirigindo. Para nossa sorte, haviam dois grupos que não tinham saído ainda. Então, fomos conversar com um dos guias e pedir pra ele falar com o Marin.
Pedro assumiu a direção e quando estávamos saindo, um dos pneus estava mucho, então descemos todos, e um dos guias fez a troca, pois o nosso não estava em condições.
Enquanto o Marin voltava ao seu estado normal no banco do passageiro, seguimos outro grupo.
Saímos por volta das 6h45, fizemos uma parada nos gêiser (lugar que cheira muito mal), depois nas águas termais e laguna verde que fica a frente do vulcão Lincancabur (lugar muito lindo para fotos).
Em uma de nossas paradas, o Gilvan teve que sair correndo para o banheiro. Ele ainda mal, foi tentar um silencioso e cagou na calça e teve que jogar a calça fora.
Às 10h já estávamos na divisa Bolívia/Chile, nos despedimos do Salus, Pedro e Malu, pois eles seguiriam para o deserto de Atacama, enquanto eu, Guadalupe, Keila e Gilvan retornaríamos para a Uyuni.
No retorno, paramos para almoçar às 13h, dessa vez o cardápio era arroz, sardinha enlatada, tomate, pepino, catchup, maionese e coca-cola natural. Quando estávamos quase terminando de almoçar, pegamos uma pequena chuva de granizo.
Nosso carro deu problema de novo, dessa vez, o Marin retirou a bomba de combustível, soprou para desentupir e seguimos viagem. Depois de umas duas horas de estrada paramos no Valle de Rocas, e ao retornamos a viagem, o carro ficou sem embreagem. Foram mais umas três horas de viagem, dirigindo de uma única marcha.
Em Uyuni o guia nos deixou na agência da Sandra e quando achamos que já tinha acontecido de tudo em nosso primeiro do ano, fomos informados que por causa do feriado os ônibus só sairiam para La Paz às 20h do dia seguinte.
Nisso o Gilvan disse que tínhamos um vôo no outro dia em La Paz, então a Sandra saiu para verificar a disponibilidade de passagens até Oruro (único destino disponível nesse dia).
Ela voltou e perguntou se teria problema se fôssemos no corredor do busão e que em Oruro teria outros ônibus saindo pra La Paz. Não pensamos duas vezes (não tem nada pra fazer na cidade de Uyuni), embarcamos por 43 Bs. cada, mais 20 Bs. de "taxa" e viajamos oito horas no corredor, hora em pé, hora sentado no chão escorado nas costas um do outro. Chegamos em Oruro às 4h da manhã e logo embarcamos em outro ônibus até La Paz, onde chegamos às 8h.

Clique aqui e veja todas as fotos dessa aventura!

Continue lendo sobre a viagem no post de La Paz...


Daniel
(:

2 comentários:

  1. Nossa!!! Depois de tudo aquilo vocês ainda conseguiram ficar 8h no corredor do busão??? hauhauhaua parabéns!!! A nossa viagem pra San Pedro foi totalmente revitalizadora!!! Até q fizemos um passeio no mesmo dia!!
    Meu e-mail é maluoller@gmial.com, o do pedro é eng.pedrogm@hotmail.com, e o facebook é Malu Oller. Vamos trocar as fotos, adorei ler o relato de voces!!!

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  2. Parabéns por todo suporte dado aos interessados. Meu mochilão foi planejado quase que inteiramente com a ajuda deste blog e seus integrantes.
    Obrigado!

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